The weapon of cancel culture [EN/PT]

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Cancel culture has been a hot and controversial topic in recent years. As a frequent user of Twitter/X, I have witnessed this phenomenon unfold on social media.

Cancellation culture can be understood as the social phenomenon of denouncing and ostracizing individuals or groups for behavior deemed unacceptable. The practice gained traction when social media became a fertile ground for anyone to express their opinions and rally support to insult the "offenders. While the idea of holding people accountable for their actions is not new, the term "cancel" emerged in the late 2010s and quickly gained popularity on Twitter/X. The platform's immediacy and viral potential allowed cancellation campaigns to spread quickly. Someone posts something, others share it, and within seconds, a post or hashtag can go viral, resulting in a torrent of criticism against a public figure, a company, or an ordinary person.

Here in Brazil, I think one of the first and also one of the most "famous" cases of this cancellation culture was with YouTuber Viih
Tube in 2016, when she spat in a cat's mouth. The backlash was very negative, and her name became one of the most trending topics on Twitter at the time. According to the influencer, she was even physically attacked on the street as a result.

The impact of cancellation culture is multifaceted. It affects both the "canceled" and society at large. For the canceled, the consequences can be devastating. It can cost careers, reputations, and sometimes force individuals to withdraw from social media or public life. Companies can also face financial adversity, such as loss of customers and boycotts.

On the other hand, cancellation culture is also seen as a powerful tool for "social justice". Advocates argue that it gives voice to marginalized and oppressed minorities and holds accountable those who perpetuate systemic harm.
For some, the "cancellation culture" is an effective way to hold wrongdoers accountable. In a world where powerful people often escape the consequences of their actions, cancellation offers a direct form of justice.

Today's digital media have given everyone access to information and the power to mobilize. Not only is this great, but it can also serve as a control mechanism: the possibility of being publicly exposed for making morally questionable statements or committing inappropriate actions serves as a strong incentive to reflect on one's comments and attitudes before doing something embarrassing or offensive.

Another critical aspect of the cancellation culture is its chilling effect on free speech. The fear of being "canceled" can motivate self-censorship and discourage sincere critical approaches. This kind of intimidation is harmful because healthy societies and intelligent minds thrive on the exchange of ideas and open dialogue. In addition, the issue of forgiveness and the possibility of rehabilitating offenders remains relevant. In most cases, once a person has been condemned, there is no path to redemption. This punitive aspect can be described as detrimental to personal growth and reconciliation.

As an active user of Twitter/X, I have many thoughts about the culture of deletion. On the one hand, I agree that some campaigns are powerful and force others to see their point of view; on the other hand, I believe that the collective power of cancellation should be used responsibly. At the end of the day, there is something that everyone needs, and that is the opportunity to learn and regain control over our words and actions.

The future of cancellation culture therefore depends on societal decisions about how to balance accountability for actions with values of justice and forgiveness. Social media has a role to play in this process, and we all need to be active participants. Education and awareness are essential. People need to be effectively informed about the effects and implications of cancellation and encouraged to engage in more reflective action and less impulsive reaction.

Promoting a more civilized public discourse and improving public empathy can reduce most of the negative aspects associated with cancellation culture.

Who are we as a society and how do we treat others?

[PT]

A cultura do cancelamento tem sido um assunto em alta e também controverso nos últimos anos. Como uma usuária frequente do Twitter/X, eu mesma testemunhei o acontecimento disso nas redes sociais.

A cultura do cancelamento pode ser entendida como o fenômeno social que denuncia e lança ao ostracismo os indivíduos ou grupos por comportamentos considerados inaceitáveis. A prática teve alta quando as redes sociais se tornaram um campo fértil para qualquer pessoa expressar sua opinião e reunir apoio para ofender os "infratores". Embora a ideia de prestar contas pelos próprios atos não seja nova, o termo "cancelar" surgiu no final dos anos 2010, rapidamente alcançando popularidade no Twitter/X. A plataforma, caracterizada pela instantaneidade e poder viral, permitiu que as campanhas de cancelamento se espalhassem. Alguém posta algo, outros compartilham e, dentro de segundos, uma postagem ou hashtag pode se tornar viral, resultando em uma avalanche de críticas a uma figura pública, empresa ou uma pessoa comum.

Aqui no Brasil, acho que um dos primeiros casos e também um dos mais "famosos" dessa cultura do cancelamento foi com a youtuber Viih Tube, em 2016, quando a mesma cuspiu na boca de um gato. A repercussão foi muito negativa e o nome dela chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter na época. Ainda segundo a influencer, ela até chegou a apanhar na rua por conta disso.

O impacto da cultura do cancelamento é uma questão multifacetada. Tanto o "cancelado" quanto a sociedade no geral são afetados. Para o "cancelado", as consequências podem ser devastadoras. Pode custar a carreira, a reputação e, às vezes, forçar a se retirar das redes sociais ou vida pública. As empresas também podem sofrer adversidades financeiras, como perda de clientes e boicotes.

Por outro lado, a cultura do cancelamento também é vista como um poderoso instrumento para a "justiça social". Defensores argumentam que dá voz às minorias marginalizadas e oprimidas e responsabiliza aqueles que perpetuam danos sistêmicos.

Para uns, a "cultura do cancelamento" é uma maneira eficaz de prestar contas de derramadores de sangue e de quem mais consistentemente repercutiu suas contas. Em um mundo onde indivíduos poderosos frequentemente escapam das consequências de suas ações, o cancelamento oferece uma forma direta de justiça.

A mídia digital atual permitiu que qualquer um tivesse acesso à informação e ao poder de mobilização. Além de magnífico, isso pode até servir como mecanismo de controle: a possibilidade de que, ao fazer declarações moralmente questionáveis ou cometer ações impróprias, você será exposto publicamente, serve como um forte incentivo para refletir sobre seus comentários e atitudes antes de fazer algo embaraçoso ou ofensivo.

Outro ponto de crítica da cultura do cancelamento é sobre o efeito sufocante acerca da liberdade de expressão. O medo de ser "cancelado" pode motivar a autocensura e impedir abordagens críticas sinceras. Esse tipo de intimidação é prejudicial, já que sociedades saudáveis e almas mais inteligentes prosperam na troca de ideias e diálogo aberto. Adicionalmente, a questão do perdão e da possibilidade de reabilitação dos autores permanece relevante. Na maioria dos casos, não há caminho para redenção uma vez que o indivíduo é reprovado. Esse aspecto punitivo pode ser descrito como prejudicial ao crescimento pessoal e à reconciliação.

Como uma usuária ativa do Twitter/X, tenho muitos pensamentos sobre a cultura do cancelamento. Se por um lado concordo que algumas campanhas têm poder e forçam os outros a ver o ponto de vista deles, por outro lado acho que o poder coletivo de cancelamento deve ser usado de forma responsável. No final das contas, há algo que todos necessitam, que é a oportunidade de aprender e a possibilidade de recuperar o controle de suas palavras e ações.

O futuro da cultura do cancelamento está, portanto, sujeito a decisões sociais sobre como equilibrar a responsabilidade pelas ações com os valores de justiça e perdão. As redes sociais desempenham um papel nesse processo e todos nós precisaremos ser participantes ativos. Educação e conscientização são essenciais. As pessoas precisam ser instruídas de forma eficaz sobre os efeitos e as implicações do cancelamento e encorajadas a se envolver mais em ações reflexivas e menos em reações impulsivas.

A promoção de um discurso público mais civilizado e a melhoria da empatia direcionada pelo público podem reduzir a maioria dos aspectos negativos associados à cultura do cancelamento.

Quem somos como sociedade e como tratamos outras pessoas?