Beyond bloodlines: how family shapes identity [EN/PT]

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My uncle Leo, my mother and I.


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Since my earliest childhood, I learned that life is an emotional rollercoaster. At the age of six, I saw my world turned upside down when my parents separated tumultuously. The impact of this was twofold: not only due to the rupture between them but also because of the emotional abandonment I suffered from my father, who, shortly after, chose to ignore my existence.

Talking about the subject of my father has always been a challenge for me, not so much because of the emotional damage it caused me, but because of the lack of a biological paternal role model to guide me.

Father is the one who raises

However, I was fortunate to have my uncle Leo, my mother's brother, as a father figure in my life. He raised me and provided me with love and affection, thus deserving the title of father by right.

Among the countless lessons I learned from my uncle, I highlight his unwavering determination, which sometimes bordered on stubbornness. He was always an extremely decisive person, sometimes even excessively so, which led him to make impulsive decisions. However, I learned to channel this same stubbornness constructively. It became a driving force in my life, a determination that propels me to never give up in the face of challenges. This quality has been my constant ally, guiding me through adversities and helping me achieve my goals, however difficult they may seem.

Additionally, I inherited from him the love for family. My uncle always cherished family moments, prioritizing spending time with those who truly matter. This legacy of love and unity is something I carry with me with great pride.

I also cannot forget his peculiar sense of humor. He was always able to find the funny side of even the darkest situations, which served as a shield against life's adversities. His ability to bring lightness even in difficult times has been a compass in my life, especially during my struggles with depression.

And of course, I couldn't fail to mention the musical influence he exerted on me since childhood. His taste for classic rock shaped my own musical taste, leaving an indelible mark on my identity.

Like mother, like daughter

On the other hand, from my mother, I inherited a profound and unwavering compassion. Despite the adversities she faced, she never lost her kindness and empathy. Her ability to put herself in others' shoes taught me the importance of compassion and solidarity. This quality allowed me to build solid relationships and be a source of support for others.

Additionally, I inherited her exceptional communication skills and analytical mind. From a young age, my mother demonstrated admirable insight, capable of understanding the nuances of language and expressing her ideas clearly and persuasively. These communication skills have been a valuable tool in my personal and professional life, allowing me to achieve my goals effectively. Her analytical mindset taught me to approach life's challenges with rationality and pragmatism, seeking solutions based on evidence and careful analysis.

My legacy to the world

As for the question of having children, I have made the decision not to become a mother. Although I recognize the value of these qualities and how they could enrich someone else's life, I also understand the challenges and responsibilities that come with raising a child. My own childhood experience showed me the profound impact that parents' choices can have on their children, and I am not willing to take on that responsibility.

Instead, I intend to channel my determination and compassion into other areas of my life. I want to continue pursuing my personal and professional goals, while also seeking to make a difference in the lives of people around me through acts of kindness and service.

After all, the true legacy we leave to the world is the marks we leave on the hearts of people and the lives we touch.


All the content, pics and editions are of my authorship.
Cover: created by Canva.


[PT]

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Meu tio Leo, minha mãe e eu.

Desde minha mais tenra infância, aprendi que a vida é uma montanha-russa de emoções. Aos seis anos de idade, vi meu mundo ser virado de cabeça para baixo quando meus pais se separaram de maneira tumultuada. O impacto disso foi duplo: não apenas pela ruptura entre eles, mas também pelo abandono emocional que sofri por parte do meu pai, que, pouco tempo depois, optou por ignorar minha existência.

Falar sobre o assunto do pai sempre foi um desafio para mim, não tanto pelo dano emocional que isso me causou, mas pela falta de um modelo paterno 'biológico' para me guiar.

Pai é quem cria

No entanto, tive a sorte de ter meu tio, irmão da minha mãe, como uma figura paterna em minha vida. Ele me criou e me proporcionou amor e carinho, merecendo assim o título de pai por direito.

Dentre as inúmeras lições que aprendi com meu tio, destaco a determinação inabalável, que por vezes beirava a teimosia. Ele sempre foi uma pessoa extremamente decidida, às vezes até de forma excessiva, o que o levava a tomar decisões impulsivas. No entanto, aprendi a direcionar essa mesma teimosia de maneira construtiva. Tornou-se uma força propulsora em minha vida, uma determinação que me impulsiona a nunca desistir diante dos desafios. Essa qualidade tem sido minha aliada constante, guiando-me através das adversidades e ajudando-me a alcançar meus objetivos, por mais difíceis que pareçam.

Além disso, herdei dele o amor pela família. Meu tio sempre valorizou os momentos em família, priorizando o convívio com aqueles que realmente importam. Essa herança de amor e união é algo que carrego comigo com muito orgulho.

Também não posso esquecer do humor peculiar que ele possui. Ele sempre foi capaz de encontrar o lado engraçado das situações mais sombrias, o que serviu como um escudo contra as adversidades da vida. Sua habilidade de trazer leveza mesmo nos momentos difíceis tem sido uma bússola em minha vida, especialmente nos meus períodos de luta contra a depressão.

E, claro, não poderia deixar de mencionar a influência musical que ele exerceu sobre mim desde a infância. Seu gosto pelo rock clássico moldou meu próprio paladar musical, deixando uma marca indelével em minha identidade.

Tal mãe, tal filha

Por outro lado, da minha mãe, herdei uma compaixão profunda e inabalável. Apesar das adversidades que enfrentou, ela nunca perdeu sua gentileza e empatia. Sua capacidade de se colocar no lugar do outro me ensinou a importância da compaixão e solidariedade. Essa qualidade me permitiu construir relacionamentos sólidos e ser uma fonte de apoio para os outros.

Além disso, herdei sua excepcional habilidade de comunicação e sua mente analítica. Desde jovem, minha mãe demonstrava uma perspicácia admirável, capaz de compreender as nuances da linguagem e expressar suas ideias de forma clara e persuasiva. Essas habilidades comunicativas têm sido uma ferramenta valiosa em minha vida pessoal e profissional, permitindo-me alcançar meus objetivos com eficácia. Sua mentalidade analítica me ensinou a abordar os desafios da vida com racionalidade e pragmatismo, buscando soluções embasadas em evidências e análises cuidadosas.

Minha herança para o mundo

Quanto à questão de ter filhos, tomei a decisão de que não vou ser mãe. Embora reconheça o valor dessas qualidades e como elas poderiam enriquecer a vida de outra pessoa, também entendo os desafios e responsabilidades que vêm com a criação de uma criança. Minha própria experiência de infância me mostrou o impacto profundo que as escolhas dos pais podem ter sobre os filhos, e não estou disposta a assumir essa responsabilidade.

Em vez disso, pretendo canalizar minha determinação e compaixão para outras áreas da minha vida. Quero continuar perseguindo meus objetivos pessoais e profissionais, enquanto também busco fazer a diferença na vida das pessoas ao meu redor através de atos de bondade e serviço.

Afinal, a verdadeira herança que deixamos para o mundo são as marcas corações das pessoas e nas vidas que tocamos.


Todo o conteúdo, imagens e edições são de minha autoria.
Capa: criada com Canva.

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Your uncle is a very kind man, he became a father figure for you. That's nice of him.

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Acho que é um baita trauma que você sofreu, respeito a sua opinião por que não quis ter filhos. Medo do impacto que daria aos meus filhos me faz ter um medo enorme da minha paternalidade, no entanto é algo que eu continuo a policiar e por isso quis ser um bom exemplo pros meus filhos, em questões que eu acho que meus pais erraram profundamente. É uma chance de redenção.

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É importante reconhecer nossos medos e buscar ser um bom exemplo para os filhos, aprendendo com os erros do passado. Desejo a você sucesso sempre nessa jornada de paternidade!!

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Eu sei bem como é essa questão de divorcio dos pais, minha mãe e meu pai se separaram eu tinha 4 ou 5 anos, não lembro bem, mas lembro um pouco dos momentos, das brigas, era tão ruim, tão sofrido e sendo assim, ela decidiu não se envolver com mais ninguém, tanto que ela está sozinha até hoje em questão de relacionamento, apenas para poder me criar e tal.

É complicado e isso me fez ter a certeza de que quando eu me tornasse pai (como sou hoje de 2 crianças) eu queria realmente fazer diferente do que meu pai fez, ser um pai de verdade, sendo o que cria e o de sangue e acho que estou indo bem nisso rs

Além disso, herdei dele o amor pela família. Meu tio sempre valorizou os momentos em família, priorizando o convívio com aqueles que realmente importam.

Isso aqui é bem legal, eu prezo demais o amor da família também, vivo falando isso pra minha esposa e pros meus filhos. Família é as pessoas que você pode contar, que o amor fala mais alto, amei sua postagem, ficou ótima!

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I identify with you, my father abandoned us and I was not even one year old. My mother with the help of my aunts raised me, I heard anecdotes about my father, but he did not contact us until the day that my mother's stubbornness forced him to sign the divorce papers. I have never seen him in person, only in pictures.

Fortunately, I have an uncle-in-law who helped my mother a lot in conjunction with my aunt who is also my godmother at my baptism. I recognize the stubbornness trait of your uncle in my mother who fought until the end to achieve what she had in mind.

Reading your publication I can see the communicational influence that you inherited from your mother.

I respect your position of not wanting to have children, I believe that your legacy will be present in the people you meet by setting the example you learned at home and behaving in a kind and reliable way with them.

I like Rock too. 🤘 Greetings from Venezuela. Your publication is clear and concise, I liked it very much.

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Thank you for sharing your story and connecting with mine. It sounds like we've both been shaped by strong, determined individuals in our lives. I'm glad you can see the influence of communication from my mother in my writing. And it's heartening to know that you appreciate my choice regarding children; I do hope to leave a positive legacy through my interactions with others. Rock on! Your kind words mean a lot to me.

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