Alejandro Jodorowsky's The Holy Mountain // A Montanha Sagrada - Alejandro Jodorowsky
A few days ago I presented Holy Mountain to my girlfriend, a film that I honestly prefer not to present to a lot of people. Not only because in general people don't even take someone else's movie nominations so seriously, but also because it's an indigestible, complex, psychedelic, uncomfortable, paranoid and delusional film. If I sit down to watch him with someone, it's because I like that person.
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Alejandro Jodorowsky is an iconic and very rich figure in the alternative film scene (which transcends specific eras), he did great works like El Topo and Montanha Sagrada in the 70s, but is still active today, with his recent staged autobiography, full of mysticism. and symbology, of fantasy and delirium. I honestly haven't been able to taste all of his cinema yet, and writing about his iconic "masterpiece" makes me want to watch all of his filmography, which is something I make a point of doing with those who captivate me, but just like Bergman and other great movie men, seeing everything that has been produced is a challenge (mainly mental, psychological). Anyway, for now I will stick to talking about this masterpiece itself.
The artistic and photographic direction of The Holy Mountain is unique, not by chance designed, developed by Jodorowsky himself. The director, occultist and shall we say, long-time multi-spiritualist based his screenplay on "Ascent of Mount Carmel" a 6th century book that deals with the purification and evolution of the physical body through an ascetic life and hardships and trials, and also in the book "Mount Analogue", a philosophical allegorical novel about a group of mountaineers who are climbing a huge mountain while going through complex and deeply philosophical situations. Mount Analogue itself was written by a direct student of Gurdjieff, one of Jodorowsky's great influences. This solid foundation of evolving mystical concepts interspersed with chaos controlled by the psychedelic cinematic experience always proposed by the director since his first films make the Holy Mountain a painfully almost religious experience for the spectator, along with the protagonists.
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Even a lot of interesting things can be said about the production of the film itself and the protagonists. These were put to the test, one might say, by having to spend months in depth studying topics involving Orientalist concepts and practices, disciplines and doctrines: such as I-Ching, Taoism, Yoga, Tai-Chi, and so on. Before and during production, even the "cast" lived in a community together with Jodorowsky to remain "fully" present and focused on the project. The director himself and his wife went through a fascinating process of sleep deprivation and advanced studies with a Zen master to enter the desired state of consciousness and produce the film in this kind of unique collective immersion. On top of all this, of course, as was to be expected, Jodorowsky had been using LSD to make the film and also during filming and administered psilocybin (psychoactive mushrooms of the Psilocybe Cubensis species) to the actors in some specific scenes of the film to "intensify the experience" not only as a film, but as a real process of transmutation at extra-cinematographic levels.
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It's hard to talk about the film itself and what it's about, because the number of references and symbologies is absurd, surely there must be blogs out there and maybe even documentaries detailing the film's production and detailing how complex it is. unwind. But in general I can summarize the script in something like: A character "analogous" to Jesus goes through an extremely surreal mystical journey and finds a master who induces him to follow a process of transformation and overcoming along with other great "leaders" from neighboring planets, by climbing a sacred mountain, which makes them go through countless mental, emotional and spiritual challenges.
The film had a relatively low budget (I imagine) of $750,000 and was shot entirely in Mexico. Although very controversial and disturbing, Jodorowsky already had a reputation within alternative cinema, and the release of The Holy Mountain was highly anticipated at the 1973 Cannes Film Festival. the "torrent" version of the film) with controversial scenes that had to be cut to avoid legal problems. A restored version was shown at Cannes in 2006 and was only released on Blu-ray in 2011. It is relatively easy to find on the internet, but if you have the opportunity to buy it in physical and original material, you will certainly be getting a good deal. , not only because you are helping a great director in his career to remain productive and being paid for his incredible work, but because you will be guaranteed high definition material to watch as many times as you want. The Holy Mountain, like many of the films by Jodorowsky and other great directors, has a lot of symbology and content that can go unnoticed at a glance. They require repeated and concentrated contemplation. That's it for today! Hope you enjoyed reading and thank you for your vote!
Thômas Helon Blum
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Há uns dias atrás eu apresentei a Montanha Sagrada para a minha namorada, um filme que sinceramente eu prefiro não apresentar para muita gente. Não só porque em geral as pessoas nem levam tão à sério as indicações de cinema de outrem, mas também porque é um filme indigesto, complexo, psicodélico, desconfortável, paranoico e delirante. Se eu me sento para assistir ele com alguém, é porque eu gosto dessa pessoa.
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Alejandro Jodorowsky é uma figura icônica e riquíssima na cena cinematográfica alternativa (que transpassa eras específicas), fez grandes trabalhos como El Topo e Montanha Sagrada nos anos 70, mas segue na ativa ainda hoje, com sua recente auto-biografia encenada, repleta de misticismo e simbologia, de fantasia e delírio. Eu sinceramente ainda não pude degustar todo seu cinema, e escrever sobre esse que é sua icônica "masterpiece" me faz desejar assistir toda sua filmografia, que é algo que faço questão de fazer com aqueles que me cativam, mas tal como Bergman e outros grandes homens do cinema, ver tudo que foi produzido é um desafio (principalmente mental, psicológico). Enfim, por hora vou me ater a falar sobre essa obra prima em si.
A direção artística e fotográfica de A Montanha Sagrada é única, não por acaso desenhada, desenvolvida pelo próprio Jodorowsky. O diretor, ocultista e digamos, multi-espiritualista de longa data baseou seu roteiro em "Ascent of Mount Carmel" um livro do século VI que trata da purificação e evolução do corpo físico através de uma vida asceta e de privações e provações, e também no livro "Mount Analogue", um romance alegórico filosófico sobre um grupo de montanhistas que estão subindo uma imensa montanha enquanto passam por situações complexas e profundamente filosóficas. O próprio Mount Analogue foi escrito por um estudante direto de Gurdjieff, uma das grandes influências de Jodorowsky. Essa base sólida de conceitos místicos evolutivos intercalando-se com um caos controlado pela experiência psicodélica cinematográfica sempre proposta pelo diretor desde seus primeiros filmes fazem da Montanha Sagrada uma experiência penosamente quase religiosa para o expectador, juntamente com os protagonistas.
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Inclusive muita coisa interessante pode ser dita sobre a produção do filme em si e dos atores protagonistas. Estes foram postos à provação, pode se dizer, ao terem de passar meses estudando profundamente temas envolvendo conceitos orientalistas e práticas, disciplinas e doutrinas: como I-Ching, Taoism, Yoga, Tai-Chi, e assim por diante. Antes e durante a produção inclusive o "cast" ficou vivendo em uma comunidade juntamente com Jodorowsky para manterem-se "inteiramente" presentes e centrados no projeto. O próprio diretor e sua esposa passaram por um processo fascinante de privação de sono e de estudos avançados com um mestre zen para entrarem no estado desejado de consciência e produzirem o filme nessa espécie de imersão coletiva única. Além disso tudo, é claro, como era de se esperar, Jodorowsky vinha fazendo uso de LSD para elaborar o filme e também durante as filmagens e administrou psilocibina (cogumelos psicoativos da espécie Psilocybe Cubensis) aos atores em algumas cenas específicas do filme para "intensificar a experiência" não apenas como filme, mas como processo real de transmutação à níveis extra-cinematográficos.
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É difícil falar sobre o filme em si e sobre o que ele trata, por que o número de referências e simbologias é absurda, certamente devem haver blogs por aí e quem sabe até mesmo documentários destrinchando a produção do filme e detalhando o quão complexo é seu desenrolar. Mas de uma forma geral posso resumir o roteiro em algo como: Um personagem "análogo" a Jesus passa por uma jornada mística extremamente surreal e encontra um mestre que o induz a seguir um processo de transformação e superação juntamente com mais outros grandes "líderes" de planetas vizinhos, através da escalada numa montanha sagrada, que os faz passar por inúmeros desafios mentais, emocionais e espirituais.
O filme teve um orçamento relativamente baixo (eu imagino) de 750 mil dólares e foi filmado inteiramente no México. Ainda que muito polêmico e perturbador, Jodorowsky já tinha uma reputação dentro do cinema alternativo, e o lançamento de A Montanha Sagrada foi bastante aguardada no Festival de Cannes de 1973. Nos DVDs lançados constam cenas deletadas (que inclusive nunca vi, dado que só assisti a versão "torrent" do filme) com cenas polêmicas que precisaram ser cortadas para evitar problemas legais. Uma versão restaurada foi exibida no Cannes em 2006 e só foi lançado em Blu-ray em 2011. É relativamente fácil de encontrá-lo na internet, mas se tiver a oportunidade de comprar ele em material físico e original, certamente estará fazendo um bom negócio, não apenas por estar ajudando um grande diretor em sua carreira a continuar produtivo e sendo pago pela sua incrível obra, mas por que terá garantido um material em alta definição para ver quantas vezes quiser. A Montanha Sagrada assim como muitos dos filmes de Jodorowsky e de outros grandes diretores, tem muita simbologia e conteúdo que podem passar despercebidas num olhar breve. Exigem contemplação repetida e concentrada. Por hoje é isso! Espero que tenham gostado da leitura e agradeço o voto!
Very informative, but I don't think I would want to sit through a movie numerous times just to understand its symbolic context but I feel this would make an awesome movie to watch when I completely run out of things to see.
Another thing is I don't really like movies with low budgets. The truth is a masterpiece could be made with a low budget but most of the ones I've seen has programmed my mind, now if I see a low budget film, I don't watch because I don't have high expectations. Awesome review though, I already know what to expect if I eventually get to see the movie
Even though the film has a low budget, you will see even from the trailer that the richness both in terms of scenery and photography of the film, or even in editing and acting, The Holy Mountain doesn't look like a poorly made "B movie", even if it is extremely psychedelic and even half delusional. But it's not a movie for everyone, without a doubt. About seeing the movie several times, this is really no obligation. Many of the films I've enjoyed (and which I know their respective directors have a pattern of clogging up their films with riddles) I've only seen once or twice and I care more for the experience itself of contemplating and absorbing the moment rather than in " unravel meanings". :)
Thanks for the comment and reading!
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