[PT/EN/ES] Contest Tell me a Story - Week 23: O encontro com Matita Perera [Meeting Matita Perera / Encuentro con Matita Perera]
Ao longo da história, as mitologias de diferentes culturas têm estabelecido vínculos intrigantes entre as mulheres e os pássaros. Essas criaturas encantadoras e misteriosas frequentemente servem como símbolos de liberdade, espiritualidade e transformação. Desde as lendas gregas até as tradições indígenas, essa conexão tem sido uma constante fonte de fascínio, inspiração e mistério.
E na mitologia brasileira e no folclore amazônico não é diferente. Em uma figura peculiar, Matita Perera, a bruxa se transforma numa coruja rasga-mortália e vaga pelos céus à noite. Em meio à rica tapeçaria de lendas do Brasil, encontramos essa enigmática criatura, cuja história ecoa o mistério e a magia das conexões entre mulheres e aves. Matita Perera? O nome Matita Perera é uma adaptação ao português de Mati-taperê, do Tupi-Guarani, nome indígena originário da lenda. Existem registros da lenda em relatos já no século XVI. A lenda diz que ela, na forma do pássaro, assobia um som agudo e assustador durante a noite, e que se alguém responder a esse assobio ou perguntar quem está lá, pode atrair sua ira. Ela é uma figura temida e respeitada, que ainda desperta curiosidade e medo nos contos populares. Artigo: O Mito Matinta Perera (ufpa.br) | O MITO DA MATINTA PERERA E SUAS FORMAS VARIANTES EM
CURUÇAMBABA, BUJARU (PARÁ, BRASIL)
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O Encontro
Era uma vez um vilarejo no interior da floresta amazônica. Ali, muitas noites eram envoltas pelo canto arrepiante da coruja rasga-mortália, que ecoava pela escuridão como um presságio da presença sinistra. Quando a ave era ouvida, todos no vilarejo corriam para suas casas, acendendo velas e preparando oferendas para a temida Matinta Pereira.
Em uma dessas noites, enquanto todos na vila se escondiam, o jovem Pedro estava ainda nos arredores da cidade, pois havia se demorado na tarefa de cortar lenha. Longe de qualquer abrigo, ele não pôde se esconder. Com coragem e nervosismo, lutou para ignorar os sussurros da coruja, e apressou-se em terminar sua tarefa.
Quando juntava as últimas toras de madeira, Pedro percebeu um movimento ao seu redor e, ao levantar os olhos, viu a Matinta Pereira, bem a sua frente, com seus olhos vermelhos cintilantes e um sorriso enigmático. O coração do jovem disparou, mas ele não teve como fugir.
A bruxa o encarou com curiosidade e disse: "Você é o único que não correu para se esconder. O que faz aqui, jovem corajoso?"
Pedro respondeu com voz trêmula: "Estou apenas cortando lenha, senhora."
A Matinta Pereira sorriu novamente e disse: "Você é corajoso, mas, como todos, tem seus próprios medos e inseguranças. Todos têm algo que desejam esconder do mundo."
Surpreso, Pedro percebeu que a bruxa tinha razão. Ele pensou sobre suas próprias lutas interiores e o medo que o impedia de seguir seus verdadeiros desejos.
A Matinta Pereira continuou: "Enfrentar nossos medos é o primeiro passo para o autoconhecimento e crescimento. A escuridão interior é mais assustadora do que a escuridão da floresta, mas é através dela que encontramos a luz."
.Pedro sentiu uma mistura de medo e alívio. Ele não esperava receber palavras sábias da temida bruxa. Com humildade, ele perguntou: "O que devo fazer?"
A bruxa respondeu: "Aceite seus medos, enfrente-os e aprenda com eles. Assim como enfrentar o canto da coruja, enfrentar a escuridão dentro de nós é o caminho para a verdadeira coragem."
Ali, como num piscar de olhos, Pedro foi despertado de seus pensamentos pelo estridente canto da coruja. A bruxa, assim como apareceu, desapareceu de suas vistas.
Enquanto o vilarejo ainda se escondia, Pedro encontrou coragem para seguir adiante. Ele não temia mais a escuridão da floresta ou a bruxa da noite, pois havia aprendido que a verdadeira coragem não está em ignorar os medos, mas em aceitá-los e transformá-los em força interior.
A história de Pedro e seu encontro com a Matinta Pereira ensinou ao vilarejo que, embora o canto da coruja ainda trouxesse medo, a verdadeira bravura reside na capacidade de enfrentar a si mesmo e, assim, iluminar o caminho rumo à superação e ao crescimento pessoal.
Todas as imagens estão sob licença de domínio público, e não têm restrições de direitos autorais.
Throughout history, the mythologies of different cultures have made fascinating connections between women and birds. These enchanting and mysterious creatures often serve as symbols of freedom, spirituality, and transformation. From Greek legends to indigenous traditions, this connection has been a constant source of fascination, inspiration and mystery.
And in Brazilian mythology and Amazonian folklore it is no different. In one peculiar figure, Matita Perera, the witch transforms into a spectacled owl and roams the skies at night. Amid Brazil's rich tapestry of legends, we find this enigmatic creature, whose story echoes the mystery and magic of the connections between women and birds.
Matita Perera?
The name Matita Perera is an adaptation into Portuguese of Mati-taperê, from the Tupi-Guarani, an indigenous name derived from the legend. There are records of the legend in accounts as early as the 16th century.
The legend says that she, in the form of a bird, whistles a high-pitched, frightening sound at night, and that if anyone responds to this whistle or asks who is there, they may incur her wrath. She is a feared and respected figure who still inspires curiosity and fear in folk tales.
Artigo: O Mito Matinta Perera (ufpa.br) | O MITO DA MATINTA PERERA E SUAS FORMAS VARIANTES EM CURUÇAMBABA, BUJARU (PARÁ, BRASIL)
O Encontro
Once upon a time, there was a village deep in the Amazon rainforest. There, many nights were darkened by the chilling song of the Spectacled Owl, which echoed through the darkness like an omen of sinister presence. When the bird was heard, everyone in the village would rush to their homes to light candles and prepare offerings for the dreaded Matinta Pereira.
On one of those nights, while everyone in the village was hiding, young Peter was still on the outskirts of town, taking his time chopping wood. Far from any shelter, he had nowhere to hide. Bravely and nervously, he struggled to ignore the owl's whispers and hurried to finish his task.
As he was gathering the last of the logs, Pedro noticed a movement around him, and when he looked up, he saw Matinta Pereira standing right in front of him, with her bright red eyes and an enigmatic smile. The young man's heart raced, but he had no way to escape.
The witch looked at him curiously and said, "You're the only one who didn't run for cover. What are you doing here, brave young man?"
Peter replied in a shaky voice: "I'm just chopping wood, ma'am."
Matinta Pereira smiled again and said, "You are brave, but like everyone, you have your own fears and insecurities. Everyone has something they want to hide from the world.
Surprised, Peter realized that the witch was right. He thought about his own inner struggles and the fear that kept him from following his true desires.
Matinta Pereira continued: "Facing our fears is the first step to self-knowledge and growth. The darkness within is more frightening than the darkness of the forest, but through it we find the light.
.Peter felt a mixture of fear and relief. He had not expected to receive words of wisdom from the dreaded witch. He humbly asked, "What should I do?"
The witch replied: "Accept your fears, face them, and learn from them. Like facing the owl's song, facing the darkness within us is the path to true courage.
Then, in the twinkling of an eye, Peter was jolted from his thoughts by the shrill hooting of the owl. The witch disappeared from his sight, just as she had appeared.
With the village still in hiding, Peter found the courage to move forward. He no longer feared the darkness of the forest or the Witch of the Night, for he had learned that true courage lies not in ignoring fear, but in embracing it and turning it into inner strength.
The story of Pedro and his encounter with Matinta Pereira taught the village that although the owl's song still inspired fear, true bravery lies in the ability to face oneself and thus light the way to overcoming and personal growth.
All images are under public domain license and have no copyright restrictions.
[ES]
¡Hola a todos!
A lo largo de la historia, las mitologías de distintas culturas han establecido intrigantes vínculos entre las mujeres y los pájaros. Estas criaturas encantadoras y misteriosas sirven a menudo como símbolos de libertad, espiritualidad y transformación. Desde las leyendas griegas hasta las tradiciones indígenas, esta conexión ha sido una fuente constante de fascinación, inspiración y misterio.
Y en la mitología brasileña y el folclore amazónico no es diferente. En una figura peculiar, Matita Perera, la bruja se transforma en una lechuza de anteojos y vaga por los cielos de noche. En medio del rico tapiz de leyendas de Brasil, encontramos a esta enigmática criatura, cuya historia se hace eco del misterio y la magia de las conexiones entre las mujeres y los pájaros. Matita Perera? El nombre Matita Perera es una adaptación al portugués de Mati-taperê, del tupí-guaraní, nombre indígena originario de la leyenda. Hay constancia de la leyenda en relatos ya del siglo XVI. Cuenta la leyenda que ella, en forma de pájaro, silba un sonido agudo y aterrador por la noche, y que si alguien responde a este silbido o pregunta quién está allí, puede atraer su ira. Es una figura temida y respetada, que sigue despertando curiosidad y miedo en los cuentos populares. Artigo: O Mito Matinta Perera (ufpa.br) | O MITO DA MATINTA PERERA E SUAS FORMAS VARIANTES EM
CURUÇAMBABA, BUJARU (PARÁ, BRASIL)
O Encontro
Érase una vez una aldea en lo más profundo de la selva amazónica. Allí, muchas noches quedaban envueltas por el escalofriante canto de la lechuza de anteojos, que resonaba en la oscuridad como un presagio de siniestra presencia. Cuando se oía al pájaro, todos los habitantes de la aldea corrían a sus casas, encendían velas y preparaban ofrendas para la temida bruja.
Una de esas noches, mientras todos en el pueblo se escondían, el joven Pedro seguía en las afueras del pueblo, tomándose su tiempo para cortar leña. Lejos de cualquier refugio, no podía esconderse. Valiente y nervioso, se esforzó por ignorar los susurros del búho y se apresuró a terminar su tarea.
Mientras recogía los últimos troncos de leña, Pedro notó un movimiento a su alrededor y, al levantar la vista, vio a Matinta Pereira, de pie justo delante de él, con sus chispeantes ojos rojos y su enigmática sonrisa. Al joven se le aceleró el corazón, pero no tenía escapatoria.
La bruja lo miró con curiosidad y le dijo: "Eres el único que no ha corrido a esconderse. ¿Qué haces aquí, valiente joven?".
Peter respondió con voz temblorosa: "Sólo estoy cortando leña, señora".
Matita Pereira volvió a sonreír y dijo: "Eres valiente, pero, como todo el mundo, tienes tus propios miedos e inseguridades. Todo el mundo tiene algo que desea ocultar al mundo".
Sorprendido, Pedro se dio cuenta de que la bruja tenía razón. Pensó en sus propias luchas interiores y en el miedo que le impedía seguir sus verdaderos deseos.
Matinta Pereira prosigue: "Afrontar nuestros miedos es el primer paso hacia el autoconocimiento y el crecimiento. La oscuridad interior es más aterradora que la oscuridad del bosque, pero es a través de ella que encontramos la luz."
.Peter sintió una mezcla de miedo y alivio. No había esperado recibir sabias palabras de la temida bruja. Con humildad, preguntó: "¿Qué debo hacer?".
La bruja respondió: "Acepta tus miedos, enfréntate a ellos y aprende de ellos. Igual que enfrentarse al canto del búho, enfrentarse a la oscuridad que llevamos dentro es el camino hacia el verdadero valor."
Allí, como en un abrir y cerrar de ojos, Pedro fue despertado de sus pensamientos por el estridente ulular del búho. La bruja, tal como apareció, desapareció de su vista.
Mientras la aldea seguía escondida, Pedro encontró el valor para seguir adelante. Ya no temía a la oscuridad del bosque ni a la bruja de la noche, pues había aprendido que el verdadero valor no consiste en ignorar los miedos, sino en aceptarlos y convertirlos en fuerza interior.
La historia de Pedro y su encuentro con Matinta Pereira enseñó a la aldea que, aunque el canto del búho seguía provocando miedo, la verdadera valentía reside en la capacidad de enfrentarse a uno mismo y alumbrar así el camino hacia la superación y el crecimiento personal.
Todas las imágenes están bajo licencia de dominio público y no tienen restricciones de copyright.
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